Lá longe, onde as montanhas se encontram com o mar, existe um reino de grande beleza. As montanhas brilham com os cumes cheios de neve e os rios serpenteiam através dos verdes prados cobertos de flores.
Mas nem sempre foi assim. Um ano, a Primavera não trouxe as chuvas habituais, e, quando chegou o Verão o ar ficou saturado com o calor e a terra começou a... ficar gretada e ressequida. Não houve colheitas nesse ano.
No fim do Outono, o rei reuniu os seus conselheiros de confiança para discutir a situação.
-Meus sábios homens, que sugestões têm para apresentar? - perguntou o rei. -Receio que o meu povo vá passar fome.
- Talvez uma dança da chuva, Majestade? Talvez tenhamos desapontado os deuses - respondeu um conselheiro. A dança realizou-se, mas a chuva não caiu.
O rei chamou novamente os conselheiros.
- Meus sábios homens, que devemos fazer? - perguntou o Rei. - Os nossos armazéns estão quase vazios e o povo tem sede.
- Majestade, podíamos desviar o grande rio do norte do reino de modo a fornecer água para toda a gente - sugeriu o outro.
Então dirigiram-se para o norte, mas quando chegaram o grande rio tinha secado e desaparecido.
O Inverno chegou, mas o terrível calor continuava. Muitas pessoas abandonaram as suas casas e partiram à procura de comida e água.
Na véspera de Natal, a princesa Natália, a filha mais nova do rei, olhava tristemente pela janela do seu quarto. As lágrimas escorriam pelo rosto enquanto olhava para a paisagem ressequida.
- Será que voltaremos a ver neve? - murmurava para si mesma. - Se ao menos pudesse fazer alguma coisa para salvar o reino!
A princesa Natália olhou para o céu e reparou numa estrela que brilhava mais do que as outras.
- Por favor traz de volta a neve - suspirou.
A estrela brilhou ainda mais. Mais uma vez implorou à estrela: - Por favor, traz de volta a neve ao nosso pobre reino.
A estrela brilhou ainda mais e pareceu mover-se. Então, Natália vestiu o seu manto e decidiu segui-la. Não sabia o que mais podia fazer.
A princesa seguiu a estrela brilhante. Caminhou durante horas através de campos poeirentos até chegar a uma floresta seca. No meio de uma clareira, rodeada de árvores murchas, viu um unicórnio amarrado com uma corda grossa.
- Pobre animal! - exclamou, ajoelhando-se ao seu lado. - Quem foi capaz de te fazer uma coisa destas?
O unicórnio estava muito quieto, mas quando Natália lhe fez festas no dorso, ele abriu os olhos e olhou para ela com tristeza.
- Não te preocupes - disse a princesa Natália. - Eu ajudo-te.
E começou a desapertar as cordas, até que, finalmente, o unicórnio ficou livre.
Quando a criatura mágica se levantou do chão, algo chamou a atenção de Natália: uma pequenina partícula branca caiu gentilmente no seu nariz. Era um floco de neve !
De um momento para o outro, começaram a cair flocos de neve por todo o lado.
- Obrigado princesa Natália- disse o Unicórnio. - O meu nome é floco de neve. Eu controlo as estações e trago a neve no Inverno, mas fui capturado por um bando de caçadores que me amarraram. Se não estiver livre, perco os meus poderes mágicos !
A neve continuava a cair por todo o lado. O unicórnio ajoelhou-se perante a princesa e ofereceu-se para a levar a casa. Enquanto atravessavam a floresta, algo de mágico aconteceu. A cada passo que davam, as árvores ficavam verdes e a relva nascia novamente na terra. Em pouco tempo, o ar encheu-se com o som dos pássaros e os animais da floresta corriam livremente entre as sebes que cresciam.
Finalmente, chegaram ao castelo do rei. A neve era o melhor presente de Natal que alguém podia desejar. Quando o rei ouviu a história de Natália, implorou a Floco de Neve para que ficasse no Palácio. O unicórnio passou a viver no jardim do castelo e Natália visitava-o todos os dias.
Desde aí, os dias de Verão tornaram-se novamente longos e cheios de luz e sol, e quando o Inverno chega o reino fica coberto de um manto de neve. E, todos os Natais, as pessoas olham para as estrelas e dão graças pela magia do Unicórnio que mantém o ciclo das estações.
in "Histórias para meninas"
Mas nem sempre foi assim. Um ano, a Primavera não trouxe as chuvas habituais, e, quando chegou o Verão o ar ficou saturado com o calor e a terra começou a... ficar gretada e ressequida. Não houve colheitas nesse ano.
No fim do Outono, o rei reuniu os seus conselheiros de confiança para discutir a situação.
-Meus sábios homens, que sugestões têm para apresentar? - perguntou o rei. -Receio que o meu povo vá passar fome.
- Talvez uma dança da chuva, Majestade? Talvez tenhamos desapontado os deuses - respondeu um conselheiro. A dança realizou-se, mas a chuva não caiu.
O rei chamou novamente os conselheiros.
- Meus sábios homens, que devemos fazer? - perguntou o Rei. - Os nossos armazéns estão quase vazios e o povo tem sede.
- Majestade, podíamos desviar o grande rio do norte do reino de modo a fornecer água para toda a gente - sugeriu o outro.
Então dirigiram-se para o norte, mas quando chegaram o grande rio tinha secado e desaparecido.
O Inverno chegou, mas o terrível calor continuava. Muitas pessoas abandonaram as suas casas e partiram à procura de comida e água.
Na véspera de Natal, a princesa Natália, a filha mais nova do rei, olhava tristemente pela janela do seu quarto. As lágrimas escorriam pelo rosto enquanto olhava para a paisagem ressequida.
- Será que voltaremos a ver neve? - murmurava para si mesma. - Se ao menos pudesse fazer alguma coisa para salvar o reino!
A princesa Natália olhou para o céu e reparou numa estrela que brilhava mais do que as outras.
- Por favor traz de volta a neve - suspirou.
A estrela brilhou ainda mais. Mais uma vez implorou à estrela: - Por favor, traz de volta a neve ao nosso pobre reino.
A estrela brilhou ainda mais e pareceu mover-se. Então, Natália vestiu o seu manto e decidiu segui-la. Não sabia o que mais podia fazer.
A princesa seguiu a estrela brilhante. Caminhou durante horas através de campos poeirentos até chegar a uma floresta seca. No meio de uma clareira, rodeada de árvores murchas, viu um unicórnio amarrado com uma corda grossa.
- Pobre animal! - exclamou, ajoelhando-se ao seu lado. - Quem foi capaz de te fazer uma coisa destas?
O unicórnio estava muito quieto, mas quando Natália lhe fez festas no dorso, ele abriu os olhos e olhou para ela com tristeza.
- Não te preocupes - disse a princesa Natália. - Eu ajudo-te.
E começou a desapertar as cordas, até que, finalmente, o unicórnio ficou livre.
Quando a criatura mágica se levantou do chão, algo chamou a atenção de Natália: uma pequenina partícula branca caiu gentilmente no seu nariz. Era um floco de neve !
De um momento para o outro, começaram a cair flocos de neve por todo o lado.
- Obrigado princesa Natália- disse o Unicórnio. - O meu nome é floco de neve. Eu controlo as estações e trago a neve no Inverno, mas fui capturado por um bando de caçadores que me amarraram. Se não estiver livre, perco os meus poderes mágicos !
A neve continuava a cair por todo o lado. O unicórnio ajoelhou-se perante a princesa e ofereceu-se para a levar a casa. Enquanto atravessavam a floresta, algo de mágico aconteceu. A cada passo que davam, as árvores ficavam verdes e a relva nascia novamente na terra. Em pouco tempo, o ar encheu-se com o som dos pássaros e os animais da floresta corriam livremente entre as sebes que cresciam.
Finalmente, chegaram ao castelo do rei. A neve era o melhor presente de Natal que alguém podia desejar. Quando o rei ouviu a história de Natália, implorou a Floco de Neve para que ficasse no Palácio. O unicórnio passou a viver no jardim do castelo e Natália visitava-o todos os dias.
Desde aí, os dias de Verão tornaram-se novamente longos e cheios de luz e sol, e quando o Inverno chega o reino fica coberto de um manto de neve. E, todos os Natais, as pessoas olham para as estrelas e dão graças pela magia do Unicórnio que mantém o ciclo das estações.
in "Histórias para meninas"